segunda-feira, 20 de julho de 2009

P E R N A M B U C O

GEOGRAFIA – Área: 98.311,6 km2. Relevo: planície litorânea com várzeas e lagos, planalto no centro e depressões a oeste e leste. Ponto mais elevado: serra da Boa Vista (1.195 m). Rios principais: São Francisco, Capiberibe, Ipojuca, Una, Pajeú, Jaboatão. Vegetação: mangues no litoral, zona da mata de floresta tropical e agreste com caatinga. Clima: tropical atlântico no litoral e semi-árido no interior. Municípios mais populosos: Recife (1.515.052), Jaboatão dos Guararapes (651.355), Olinda (387.494), Paulista (299.744), Caruaru (283.152), Petrolina (260.004), Cabo de Santo Agostinho (172.150), Camaragibe (150.354), Garanhuns (128.398), Vitória de Santo Antão (125.563) - 2006. Hora local: a mesma. Habitante: pernambucano.

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POPULAÇÃO – 8.502.603 (2006). Densidade: 86,5 hab./km2 (2006). Cresc. dem.: 1,2% ao ano (1991-2006). Pop. urb.: 75,5% (2004). Domicílios: 2.252.433 (2005); carência habitacional: 381.214 (2006). Acesso à água: 75,1% (2005); acesso à rede de esgoto: 40,6% (2005). IDH: 0,705 (2000).

SAÚDE – Mort. infantil: 41,2 por mil nascimentos (2005). Médicos: 12,1 por 10 mil hab. (2005). Leitos hosp.: 2,3 por mil hab. (2005).

EDUCAÇÃO – Educ. infantil: 330.774 matrículas (58,2% na rede pública). Ensino fundamental: 1.720.714 matrículas (86,5% na rede pública). Ensino médio: 448.653 matrículas (86,8% na rede pública) - todos em 2005. Ensino superior: 125.487 matrículas (50,0% na rede pública - 2004. Analfabetismo: 21,3% (2004); analfabetismo funcional: 33,3% (2004).

GOVERNO – Governador: Eduardo Campos (PSB). Senadores: 3. Dep. federais: 25. Dep. estaduais: 49. Eleitores: 5.834.512(4,7% do eleitorado brasileiro - 2006). Sede do governo: Palácio Campo das Princesas. Praça da República, s/nº, Santo Antonio, Recife. Tel. (81) 3425-2130.

ECONOMIA – Participação no PIB nacional: 2,7% (2004). Composição do PIB: agropec.: 9,5%; ind.: 33,1%; serv.: 57,4% (1999). PIB per capita: R$ 5.730 (2004). Export. (US$ 784,9 milhões): açúcar e derivados (35,6%), peixes e crustáceos (12,3%), frutas e sucos (12,6%), materiais elétricos (11,1%), petroquímicos (7,1%), tecidos e confecções (5,6%). Import. (US$ 805,9 milhões): petroquímicos (17,5%), combustíveis (14,8%), máquinas e equipamentos (11,4%), cereais (11%), materiais e ligas (7%) - 2005.

ENERGIA ELÉTRICA – Geração: 4.871 GWh; consumo: 15.278 GWh (2004).

TELECOMUNICAÇÕES – Telefonia fixa: 1,2 milhões de linhas (maio/2006); celulares: 3,7 milhões (abril/2006).

Pernambuco


CAPITAL – Recife. Habitante: recifense. Pop.: 1.515.052 (2006). Automóveis: 354.254 (2006). Jornais diários: 4 (2006). Prefeito: João Paulo Lima e Silva (PT). Nº de vereadores: 27 (2004). Data de fundação: 12/3/1537.

Fatos históricos:

Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco, toma posse do território em 1535 e funda a vila de Olinda. Ele é responsável pela instalação dos primeiros engenhos de açúcar. A produção açucareira transforma Pernambuco em um dos mais importantes centros exportadores do período colonial. A riqueza gerada atrai colonos portugueses, que trazem grande número de escravos africanos para o trabalho nos engenhos.

No século XVII, com as invasões holandesas, os pernambucanos assumem a luta em defesa de suas terras e de sua autonomia. Entre 1710 e 1712, na Guerra dos Mascates, os senhores de terra e de engenhos de Olinda enfrentam os mascates, como eram chamados pelos brasileiros os comerciantes portugueses do Recife. Durante o século XVIII tornam-se visíveis os sinais de declínio da economia canavieira, acelerado pelo crescimento da mineração e pelos excessos dos monopólios portugueses.

No século XIX, os pernambucanos, engajados nas lutas pela independência e na construção do estado, insurgem-se
contra o empobrecimento da região. Na Revolução Pernambucana, em 1817, é organizado o primeiro governo brasileiro independente e proclamada a República. Os rebeldes voltam a se manifestar na Confederação do Equador, em 1824, que defende a autonomia regional contra o centralismo do império. Em 1848 ocorre a Revolta Praieira, também de caráter liberal e federalista. Nessa luta, além da separação de Alagoas, toda a extensa comarca do São Francisco é tirada de seu território original, sendo repartida entre Bahia e Minas Gerais.

Desenvolvimento insuficiente - Na República, até as décadas de 30 e 40, Pernambuco mantém o perfil social, econômico e político herdado em grande parte da colonização. Na Zona da Mata e no litoral predominam a monocultura canavieira tradicional e as atividades mercantis; no agreste e no sertão, mais vulneráveis à seca, permanece a agropecuária de subsistência.

A modernização acelerada do país, a partir dos anos 50 e 60, provoca poucas mudanças em Pernambuco. Os contrastes e conflitos internos da região acentuam-se. Em 1956 surgem as Ligas Camponesas, movimento em defesa da reforma agrária e dos direitos do homem do campo. Como todo o nordeste, o estado passa a contar com os recursos da Sudene. Recebe também investimentos da política de incentivos fiscais dos governos militares nos anos 70, sobretudo para a agroindústria do açúcar e do álcool e para alguns setores industriais, como o têxtil e o turístico. O desenvolvimento da indústria, porém, é insuficiente para absorver a mão-de-obra liberada pelo campo, o que impulsiona a migração para outras regiões do país.

Localizado no litoral do Nordeste, Pernambuco é um dos maiores centros turísticos do país. Com inúmeras praias e uma arquitetura que mostra a presença holandesa nos tempos do Brasil Colônia, Recife e Olinda são as cidades mais visitadas. O centro histórico de Olinda foi transformado em patrimônio da humanidade pela Unesco, mas corre o risco de sair da lista em razão do mau estado de conservação. O Carnaval e o Recifolia - Carnaval fora de época - atraem grande número de foliões. Destacam-se ainda a Festa de São João, em Caruaru, e o espetáculo da Paixão de Cristo, em Nova Jerusalém, ambas no agreste. Em seus 187 km de costa situa-se uma das praias mais procuradas do Nordeste, o balneário de Porto de Galinhas, no sul. Outra atração é a ilha de Fernando de Noronha, a 340 km do litoral brasileiro. Na culinária tradicional têm destaque a buchada de carneiro e a de bode, o sarapatel, a carne-de-sol com macaxeira e a moqueca de frutos do mar.

Alterações no perfil econômico - A cana-de-açúcar, que durante séculos dominou a agricultura de Pernambuco, começa a dar lugar a plantações de rosas, gladíolos e crisântemos. Cidades como Garanhuns, Chã Grande e Paulista passam a se dedicar à floricultura por causa da decadência das grandes usinas de açúcar. Gravatá, a 83 km da capital, Recife, já é o segundo maior pólo floricultor do Brasil, atrás apenas de São Paulo.

Além das flores, vêm crescendo as lavouras de café e as plantações de seringueiras. A fruticultura irrigada, produz, em 1999, 100 mil t de frutas, como uva, manga, melancia e banana. O pólo principal fica em Petrolina, no vale do rio São Francisco. Aumenta também a criação de cavalos e de gado bovino de leite e de corte. Pernambuco é ainda o quarto maior produtor nacional de ovos e o sexto de frangos de corte.

Apesar da lucratividade dessas atividades agropecuárias, a cana-de-açúcar ainda desempenha papel importante na economia do estado. Pernambuco tem a segunda maior produção de cana do Nordeste, atrás de Alagoas, e a safra de 2000 apresenta incremento de quase 20% em relação a 1999. Porém, esse aumento não reverte o fato de Pernambuco estar mudando seu perfil econômico e deixando de ser um estado agrícola: nos últimos anos, o setor cresce menos que a média nacional e perde investimentos para o Ceará.

Além da agricultura oficial, há cultivo clandestino de maconha. A maior parte das plantações fica na divisa com Bahia e Alagoas, o "polígono da maconha". De acordo com o governo federal, o lucro com a produção ilegal da erva chega a ser 100 vezes maior do que o conseguido com as culturas tradicionais.

O estado está se transformando em um grande centro de serviços. Um dos setores que crescem mais rapidamente é o de varejo. Como exemplo, a rede de supermercados Bompreço lidera o ranking das maiores empresas regionais por vendas e apresenta, na última década, um aumento médio de 7,5% ao ano. Só a Suape, que administra um complexo industrial e portuário, perto do Recife, cresce mais: 8,5% ao ano, em média.

Em 2005 a Petrobrás firma acordo com a empresa Petróleos de Venezuela (PDVSA) para a construção de uma refinaria no complexo industrial e portuário de Suape, o mais completo pólo para a localização de negócios industriais e portuários da região nordeste brasileira. Orçado em US$ 2,5 bilhões a refinaria processará 200 mil barris de petróleo por dia a partir de 2001 e é estimado que o empreendimento gere cerca de 230 mil empregos diretos e indiretos.

Granito e calcário - Pernambuco se destaca na extração de recursos minerais, respondendo por 95% da oferta de gesso do país. Rico em granito e calcário, o subsolo vem permitindo o desenvolvimento das mineradoras.

O estado é o segundo em produção industrial do Nordeste, depois da Bahia. As principais empresas são as alimentícias e as dos setores químico, de materiais elétricos, comunicações, metalúrgica e minerais não metálicos. Seu pólo de informática, na região do Recife, está entre os cinco mais importantes do Brasil. Porém, no primeiro semestre de 2000, a indústria apresenta queda de 3,3% no faturamento, que segundo a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), apresenta queda de 11%. A massa salarial paga pelo setor pernambucano de transformação diminui em 3%.

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