GEOGRAFIA – Área: 251.529,2 km2. Relevo: terrenos baixos e arenosos no litoral, planaltos na maior parte e depressão a sudeste. Ponto mais elevado: serra Grande (865 m). Rios principais: Parnaíba, Poti, Canindé, Piauí, São Nicolau, Gurguéia. Vegetação: mangue no litoral, mata dos cocais a oeste e caatinga na maior parte. Clima: tropical e semi-árido no interior. Municípios mais populosos: Teresina (801.971), Parnaíba (143.675), Picos (71.825), Piripiri (62.291), Floriano (56.880), Barras (42.903), União (42.417), Campo Maior (41.404), Altos (38.949), Pedro II (37.580) - 2006. Hora local: a mesma. Habitante: piauiense.
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POPULAÇÃO – 3.036.290 (2006). Densidade: 12,1 hab./km2 (2006). Cresc. dem.: 1,1% ao ano (1991-2006). Pop. urb.: 62,4% (2004). Domicílios: 776.282 (2006); carência habitacional: 158.610 (2006). Acesso à água: 67,2% (2005); acesso à rede de esgoto: 53,5% (2005). IDH: 0,656 (2000).
SAÚDE – Mort. infantil: 30,4 por mil nascimentos (2005). Médicos: 7,5 por 10 mil hab. (2005). Leitos hosp.: 2,6 por mil hab. (2005).
EDUCAÇÃO – Educ. infantil: 131.367 matrículas (72,5% na rede pública). Ensino fundamental: 691.055 matrículas (92,4% na rede pública). Ensino médio: 188.216 matrículas (88,0% na rede pública) - todos em 2005. Ensino superior: 60.365 matrículas (74,2% na rede pública - 2004. Analfabetismo: 27,3% (2004); analfabetismo funcional: 42,4% (2004).
GOVERNO – Governador: Wellington Dias (PT). Senadores: 3. Dep. federais: 10. Dep. estaduais: 30. Eleitores: 2.073.504 (1,6% do eleitorado brasileiro - 2006). Sede do governo: Palácio Karnak. Avenida Antonio Freire, 1450, centro, Teresina. Tels. (86) 221-5001 / 3479.
ECONOMIA – Participação no PIB nacional: 0,5% (2004). Composição do PIB: agropec.: 12,6%; ind.: 27,3%; serv.: 60,1% (2004). PIB per capita: R$ 2.892 (2004). Export. (US$ 58,7 milhões): ceras vegetais (19,5%), soja em grão (17,1%), confecções (15,1%), castanha de caju (12,6%), crustáceos (12,4%), couros e peles (8,3%), extratos vegetais (6,8%). Import. (US$ 14,3 milhões): couros e peles (29,2%), partes para bicicletas e motos (24,7%), petroquímicos (10,6%), máquinas e equipamentos (10,2%), equipamentos médicos (7,6%) - 2005.
ENERGIA ELÉTRICA – Geração: 680 GWh; consumo: 1.496 GWh (2004).
TELECOMUNICAÇÕES – Telefonia fixa: 282 mil linhas (maio/2006); celulares: 717,8 mil (abril/2006)).
CAPITAL – Teresina. Habitante: teresinense. Pop.: 801.971 (2006). Automóveis: 164.109 (2006). Jornais diários: 3 (2006). Prefeito: Silvio Mendes de Oliveira Filho (PSDB). Nº de vereadores: 16 (2004). Data de fundação: 16/8/1852.
Fatos históricos:
Só a partir de meados do século XVII, o Piauí começa a ser efetivamente explorado. Antes disso, seu território fora percorrido por algumas expedições oficiais sem maiores conseqüências. Os registros históricos mostram que a colonização do estado deu-se por criadores de gado que penetraram através do Rio São Francisco para o Piauí, vindos principalmente da Bahia e Pernambuco. Do Piauí o gado proveniente desses estados transpôs o rio Parnaíba e chegou ao Maranhão, que já era colonizado em sua região norte, mas não ao sul. Esta área do Maranhão dependeu administrativamente, por algum tempo, do Piauí. Do Piauí o gado transpôs também em direção a Goiás. Bandeirantes e colonos instalaram então os primeiros povoados na região ao combater ou eliminar os grupos indígenas mais hostis, como os tremembés, e avançar com seus currais de gado ao longo dos rios Piauí, Canindé e Parnaíba.
Em 1811 o Piauí separa-se do Maranhão e torna-se capitania. Nessa época, já contava com centenas de fazendas de gado e mais de uma dezena de vilas consolidadas. Para garantir a autonomia, os piauienses aderem à independência e enfrentam as forças portuguesas, ao lado de maranhenses e cearenses, até 1823. Na década seguinte, entre 1838 e 1841, a província do Piauí é novamente agitada por uma insurreição de caráter social e popular, a Balaiada.
Limitação econômica - Na segunda metade do século XIX, com a capital provincial já instalada em Teresina, o Piauí atravessa um longo período de relativa estabilidade política, mas também de pouco crescimento econômico. O predomínio das oligarquias é facilitado pelo isolamento do estado. O quadro não se altera muito com a implantação de uma ferrovia e de uma companhia de navegação a vapor no rio Parnaíba. A situação se mantém no período republicano. Com a economia ainda limitada à agropecuária, extensiva e pouco produtiva, e a uma pequena indústria de transformação, como a da cera de carnaúba, o Piauí permanece como um dos estados mais pobres do país.
Situado no Nordeste do país, o Piauí é o estado com o menor trecho de costa - apenas 66 km -, mas trata-se de um litoral privilegiado: na fronteira com o Maranhão, no oeste, situa-se o delta do rio Parnaíba , o único em mar aberto do continente americano.
O ecossistema nessa região é semelhante ao da Amazônia, com diversas ilhas, lagoas, igarapés e praias de areia fina, tomadas por dunas e coqueirais. Teresina, localizada às margens desse rio, é a única das capitais nordestinas que não fica à beira-mar. Isso se deve à colonização, pois, diferentemente do restante do Nordeste, a ocupação do Piauí ocorreu do interior para o litoral.
Além da riqueza ambiental do delta do Parnaíba, o turismo piauiense se apóia também em importantes sítios arqueológicos, entre eles o Parque Nacional da Serra da Capivara, considerado patrimônio da humanidade pela Unesco. No Parque Nacional das Sete Cidades, no norte, encontram-se formações rochosas datadas de milhões de anos e pinturas rupestres.
O Piauí enfrenta longos períodos de seca, característicos do semi-árido nordestino. Essa condição climática reforça atividades como a agricultura de subsistência e a criação extensiva de gado. Mesmo assim, novas indústrias têm-se instalado na região, atraídas por incentivos fiscais. Com isso, o estado vem conseguindo ajustar as contas públicas. Também recupera o nível de produção agrícola, que cresce, em 1999, 125,7% em relação a 1998, quando a longa estiagem causa uma queda de 66%, de acordo com a Sudene. A safra de grãos cresce 210% no mesmo período, após registrar a maior quebra da região.
Os principais produtos agrícolas do Piauí são a cana-de-açúcar, a mandioca, o milho e a soja. O estado está entre os maiores produtores e beneficiadores de castanha-de-caju do país. Suas safras de manga e limão são exportadas para a Europa e os Estados Unidos. Também contribui para a economia local o extrativismo de carnaúba, babaçu, buriti e coco. O algodão passa a integrar os produtos produzidos no estado, pois o governo piauiense tem atraído os plantadores com a oferta de incentivos fiscais superiores aos da Bahia, onde esse tipo de cultivo obtém excelentes resultados. Na pecuária, destacam-se os rebanhos bovinos, caprinos, suínos e ovinos, e a criação de aves.
Indústria - A partir de 1996, os incentivos fiscais atraem diversas indústrias nacionais e estrangeiras, sobretudo químicas, de transformação, têxteis e de extração vegetal. Com isso, ganham novo impulso os distritos industriais de Teresina, Parnaíba, Picos e Floriano. O setor responde por cerca de 18% do PIB estadual.
O Piauí também sofre os efeitos da degradação ambiental. A extração de minerais é desordenada, principalmente a de massará e seixo, destinados à construção civil, e a de diamante. Em Teresina, grandes áreas são desmatadas para loteamento e construção de conjuntos habitacionais. A capital enfrenta o acúmulo de lixo e a poluição das águas nos rios Poti e Parnaíba. Para solucionar o problema, inicia-se em 1999 a construção de uma extensa rede de esgoto e uma lagoa de estabilização. O assoreamento provocado pelas dunas ameaça a lagoa do Portinho, em Luís Correia.